MELQUISEDEQUE

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MELQUISEDEQUE, REI DE JUSTIÇA, REI DE PAZ

Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote de Deus Altíssimo, ele foi ao encontro de Abraão, quando este voltava vitorioso da batalha contra os reis, ele abençoou Abraão”.

Somente em três partes da Bíblia se menciona o nome de Melquisedeque. Gênesis 14:18; Salmos 110:4; e em Hebreus nos capítulos 5 à 7. Nestas passagens o menciona como um sacerdote eterno. Sem dúvida este sacerdote  no foi um personagem figurativo, nem simbólico e tão pouco é o mesmo Cristo.

O escritor da carta aos Hebreus, apresenta a estes (os israelitas) a superioridade entre Cristo e Moisés (Hebreus 3:3-5) entre o sacerdócio de Jesus e o sacerdócio de Arão (Hebreus 9:24-26; 10: 1-8), a superioridade entre o culto antigo e o culto cristão, ( Hebreus 10:1-13).

JESUS, SACERDOTE

Segundo a ordem de Melquisedeque

Falando de Jesus o escritor de Hebreus diz: “…Que  entra até dentro do véu do templo; onde Jesus entrou por nós como precursor, tendo se tornado sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem do sacerdócio de Melquisedeque”. 

Hebreus 6 :19,20

QUEM ENTÃO ERA MELQUISEDEQUE?

O escritor responde: “Considerai quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu o dizimo, tirado dos despojos” (Hebreus 7:4) Esta superioridade, e referente ao seu cargo de sacerdote do Deus Altíssimo.Os judeus admitem que existia superioridade oficial e pessoal de Melquisedeque sobre Arão, chegaram a conclusão de que este sacerdote real, no era outro se não Sem, filho de Noé, o qual cronologicamente conheceu a Abraão, e viveu todavia mais 35 anos depois da morte de Abraão.

QUAL ERA O COSTUME?

Antes de analisar o capitulo 7 de Hebreus, será necessário averiguar algo da história antiga, mais precisamente da época em que viveram Abraão e Melquisedeque, para entendermos melhor o que está escrito neste capitulo. Revisando a história antiga, encontramos a tradição hebréia, que diz que Sem o filho mais velho de Noé, foi posteriormente conhecido como Melquisedeque. Isto parece estranho não, porém antes de fazermos  conclusão antecipada , vejamos o que diz a história e a Bíblia.Gênesis 11:10,11, nos informa que Sem tinha 100 anos de idade quando gerou Arfaxade, dois anos depois do dilúvio. E que sem viveu ainda mais 500 anos depois que gerou Arfaxade. Seguindo a cronologia da linhagem de Sem, registrada neste capitulo, veremos que Abraão nasceu 292 anos depois do dilúvio, quando Sem tinha  390 anos de idade, Abraão viveu 175 anos, assim quando Abraão morreu, Sem tinha 565 anos de idade, e  Sem viveu até 600 anos de idade, desta maneira ele viveu mais 35 anos depois da morte de Abraão. Talvez você pergunte: porque a diferença no nome? Olhando os registros Bíblicos, encontramos alguns exemplos de mudança de nomes de homens que serviram a Deus. Como Abrão, para Abraão, de Jacó para Israel, etc.

Não temos nenhum registro Bíblico de que o nome de Sem foi mudado. Porém é bom considerarmos todos os fatos que ocorreram durante a vida de Sem. O primeiro episódio é que o mundo de então passou por uma confusão de línguas, quando da construção da torre de Babel, segundo se registra em Gênesis 11. Quando um nome passa de uma língua para outra há geralmente uma mudança na pronúncia ou na ortografia. Outro fator é que os nomes tinham um significado real  naquela época, e quando traduzimos o significado do nome  de Sem, encontramos que quer dizer: “renomear ou nome.” Em outras palavras, ele foi conhecido como um grande homem, um homem de grande caráter, com o qual um homem é conhecido.

Outro fato em que encontramos alguns exemplos, é que Deus escolhia ao homem mais justo e dedicado de uma família para ser linhagem da qual veria o Cristo, como Sete, filho de Adão, Sem filho de Noé, Davi filho de Jessé, etc.

Conectando tudo isto com o significado do nome Melquisedeque, que significa, “rei de Justiça” Melquisedeque no tempo de Abraão era também, “o rei de Salém” Salém traduz-se por PAZ.

Outro aspecto que devemos avaliar é sobre os costumes do povo logo após o dilúvio.

Naquele tempo os sacrifícios eram feitos pela cabeça da família. Desta forma o sacerdote de cada família era o mesmo pai, avô ou tataravô, ou seja, o mais velho da parte paterna da família.

Quando uma família crescia o suficiente para fazer uma tribo, a cabeça da família (o homem mais velho) se tornava o chefe ou rei. Por está simples razão este homem era o sacerdote e rei. Assim, Sem o mais velho, dos filhos de Noé, era no tempo de Abraão, o homem vivente mais velho na terra. E conseqüentemente era tanto sacerdote como rei.

Agora podemos entender como Sem pode chegar à posição de Melquisedeque.

Tempos mais tarde, no tempo de Moisés, a família de Levi foi escolhida das tribos de Israel para ministrar o sacerdócio.

 Depois de muitos anos Deus escolhe a família de Davi para governar a Israel, e desta família saiu os reis de Israel. Desta maneira surgiu a separação entre o oficio do rei e do sacerdote.

 

CRISTO UM SACERDOTE DE QUE ORDEM?

Agora poderemos analisar a profecia da vinda do messias de Israel, da qual Davi escreveu no Salmo 110:4; e que se faz menção no livro de Hebreus capítulo 5:6,10; e 6;20; Está profecia diz que Jesus Cristo seria sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.

Quando Davi escreveu este Salmo, estava vivendo sobre a ordem do sacerdócio Levítico, que era da família e ordem de Arão. Por inspiração divina Davi escreveu que na vinda do messias, haveria uma mudança na ordem do sacerdócio do povo de Deus, e que o messias seria sacerdote da ordem ou semelhança de Melquisedeque. Por está razão que o escritor da epístola aos Hebreus cita esta profecia seguidamente. Lembre-se que esta epístola foi escrita ao povo Hebreu que havia sido ensinado sob o sacerdócio Levítico, que era da ordem de Arão.

Agora chegamos ao capitulo 7, da epístola aos Hebreus e encontramos a explicação do apóstolo ao povo hebreu, concernente a uma grande mudança que teve no oficio do sacerdote. E neste capitulo o argumento do escritor alcança um nível ascendente. Primeiro, faz o povo lembrar-se quão grande oficio era o de Melquisedeque, e segue explicando que Cristo é ainda maior, e que também o é seu oficio como sacerdote. Porem seu oficio sacerdotal tem características ou semelhança ou ordem de Melquisedeque, e não da ordem de Arão.

Conseqüentemente, vemos que este capítulo retrata muito mais que um homem, com o oficio de sacerdote.

Jesus não era da tribo de Levi, ou da família de Arão, da qual teria que vir todos os sacerdotes de Israel. Ele era descendente da casa de Davi, das quais veriam os reis.

Era muito difícil para os Hebreus entender esta mudança, já que por séculos havia posto sua principal ênfase nas profecias que diziam que o messias seria rei, e descuidaram completamente o sacerdócio que anunciavam estas mesmas profecias.

Os sacerdotes levitas iniciavam seu oficio aos trinta anos de idade, e como havia muitos deles, se alternavam uns com os outros, segundo uma ordem elaborada no tempo de Davi. Depois da idade de 50 anos era obrigatório que se retirassem. (aposentavam-se).

O oficio do sacerdócio de Melquisedeque era totalmente diferente, pois ele uma vez que assumiu seu oficio, permaneceu sacerdote para sempre, por todo tempo que viveu Agora podemos entender a profecia concernente ao Senhor Jesus, quando Deus diz: “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.” Hebreus 7:21. Ele não teria que compartilhar seu oficio com outros, nem tão pouco seu oficio teria fim, como o era dos sacerdotes temporais da ordem de Arão. Pois Cristo é sumo sacerdote para sempre.

Creio que podemos explicar Hebreus 7:3 que fala do oficio do sacerdote Melquisedeque e não de sua família.

Quando diz: “Sem pai, sem mãe”, simplesmente quer dizer que ele não teria que nascer de certa família para ser sacerdote. Pois em seguida diz: “Sem linhagem”. O que significa que não foi filho de sacerdote, o que automaticamente o faria um sacerdote por causa de sua família. Porque na continuação diz: “Que não tem princípio de dias, e nem fim de vida”. Isto quer dizer que ele não teria que chegar a certo limite de idade para ter entrada automática no oficio de sacerdote, e nem tão pouco teria que se retirar aos 50 anos, ou qualquer outra idade, sim “permaneceria sacerdote continuamente” pelo tempo que vivesse.

Os versos 4-10 faz comparações para demonstrar quão grande era o sacerdócio de Melquisedeque, que até o patriarca Abraão lhe entregou seus dízimos, por isto ainda os filhos de Levi deveriam fazer, pois eles  eram descendentes de Abraão. Ressalta ali que os levitas tomavam dízimos de seus irmãos da casa de Israel. No verso 8 se faz notar que Jesus, que vive para sempre, é quem agora recebe nossos dízimos, e sempre será Ele, pois seu oficio de sumo sacerdote não terá fim.

UMA MUDANÇA DE SACERDÓCIO

No verso 11 chegamos a um contraste entre o oficio de sacerdócio de Jesus e aquele da ordem de Arão. O verso diz: “De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio Levítico, que necessidade haveria ainda de que outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de Arão?“.

O povo de Israel obviamente não havia visto necessidade real de uma mudança no sacerdócio. Eles deveriam dar-se conta pelos seus próprios escritos que o sangue dos touros e bodes não poderia tirar os pecados. Por tanto era necessária vir um outro sacerdote que não se limitaria aos sacrifícios de animais, sim que seria capaz de uma vez por todas fazer um grande sacrifício que acabaria com os pecados do povo para sempre. Jesus foi este homem, é o grande sumo pontificie. Ele deu a sua própria vida na cruz no calvário pelos nossos pecados. Havendo feito este grande sacrifício que duraria para eternidade, foi necessário haver uma mudança na lei sacerdotal, pois não haveria mais necessidade de se ter um sacerdócio Levítico (da ordem de Arão), cujo oficio era de oferecer sacrifícios de animais segundo seus rituais que eram todos para ensiná-los que o redentor estava por vim. O trabalho daqueles sacerdotes e seus ofícios haviam terminados. Os versos 15-17 nos dizem outra vez que o oficio do sacerdócio de Jesus é uma semelhança de Melquisedeque.

 

CONTINUAMENTE

PARA SEMPRE

Uma coisa ainda, que é muito importante notar é esta, a diferença que a Bíblia faz ao comparar o sacerdócio de Jesus com o de Melquisedeque. Voltemos ao verso 3, onde o oficio do sacerdote Melquisedeque é o tema sob consideração, diz que Ele “permanecerá para sempre” o continuamente, enquanto que o verso 21 diz: “Tu és sacerdote eternamente”. Por está diferença podemos saber que Melquisedeque foi um homem que sobrepujou o tempo normal de uma vida comum e depois morreu para esperar tempo da ressurreição dos mortos.

Jesus porem morreu e ressuscitou depois de três dias e três noites, sendo ele a primícia da ressurreição. Ele é quem chamará ao seu devido tempo a todos os homens de suas sepulturas para encontrar-se com ele, como salvador, ou como juiz. Dependendo de suas obras que praticaram enquanto viviam.

Por esta mudança que tem sido feita no sacerdócio, já não há mais necessidade de sacrifício de animais, ou rituais. Ali só fica, sem duvida, a maior e mais urgente necessidade para todos os homens. Arrepender-se e confessar seus pecados diante de Deus, para receber o perdão total do eterno e grande sacerdote, e poder achar vida e gozo para sempre.

 

 

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